COMO ESTUDAR XADREZ? - Parte 2


COMO ESTUDAR CORRETAMENTE O XADREZ E EVOLUIR?
Parte 2




2. Porque é errado começar o estudo do xadrez pelas aberturas:

Eu recomendo que você comece estudando um bom livro de finais, um bom livro de táticas, um bom livro de estratégia (ou estude cursos por DVD, por CD em computador) e deixe o estudo das aberturas por último.
Muita gente não entende a lógica de se treinar assim, no xadrez, mas vou tentar uma explicação: o final está pro xadrez como o gol está pro futebol. Se um jogador de xadrez domina os finais, ele terá liberdade de conduzir a partida para um destino que ele já conhece, sendo que isso lhe dará inclusive a possibilidade de ganhar partidas cuja vantagem é mínima, de salvar partidas que estão perdidas mas seu adversário não conhece bem certos finais etc.
Também é errado começar o estudo do xadrez pelas aberturas, porque há aberturas mais adequadas ao estilo posicional e há aberturas mais adequadas ao estilo tático. Logo, se o estudante ainda não descobriu qual é o seu estilo de jogo, é errado começar pelo estudo das aberturas, porque os mestres e grandes mestres limitam o estudo das aberturas àquelas mais consentâneas com seu estilo de jogo.
E não há como escolher um estilo de jogo, tipo "ah, eu escolho jogar que nem o Tal". O estilo é o reflexo da própria personalidade, é fruto dela, não é algo que se escolhe. Se o indivíduo é audacioso e gosta de se arriscar, essa sua característica será visível no seu jogo... Se é mais tranquilo e busca agir sempre com segurança, só após ter certeza que obterá sucesso, isso também estará presente nas suas partidas.
Há possibilidades quase ilimitadas de aberturas. Sendo que a mente humana é incapaz de saber todas as possibilidades de aberturas nos primeiros 20 lances.
Limita-se isso através do estilo. Um jogador tático, decerto começara abrindo com 1.e4. Um jogador estratégico, decerto começará com 1.d4 ou 1.Cf3. Um buscará rapidamente as complicações na posição, os cálculos. O outro, o acúmulo de pequenas vantagens, para levar a um final vencedor.
Isso é eterno, como é o xadrez. Sei de capivaras (1*vide nota ao final deste artigo) que há anos estudam livros e mais livros de aberturas e perdem torneio após torneio. Porque são incapazes de compreender o nobre jogo porque nunca estudaram finais, não compreendem uma partida estrategicamente, pois não estudaram as fase do jogo, metodicamente.
E perdem peças de graça, porque não estudaram tática, nem estratégia. E aqui, meus caros, por perder peças, quero dizer que o peão é peça! Contra um jogador forte, se se perder um peão, dificilmente haverá outro destino na partida, que não seja a derrota.
Não sou contra que se memorizem alguns esquemas de aberturas apenas para jogar alguns torneios enquanto se treina, desde que se compreenda os planos dessas aberturas, mas não se deve fugir do esquema correto de estudos do Xadrez: FINAIS => TÁTICA => ESTRATÉGIA => ABERTURAS.

Mas saiba que os Grandes Mestres raramente estudam todas as aberturas profundamente. Na verdade eles possuem entre 7 a 10 esquemas de aberturas, que sejam sólidos (nada de aberturas esquisitas como Bird, Elefante etc), mas que dominam profundamente. Raramente mudam essas opções ao longo de sua carreira enxadrística. E são aberturas escolhidas de maneira que lhes deixem confortáveis com seu estilo de jogo.
Outra coisa: não se esqueça que depois de estudar livros de tática e principalmente de estratégia, já terá conhecido alguns bons esquemas de aberturas, pois tais livros normalmente apresentam partidas completas comentadas. Ou seja, é impossível que se chegue na fase de estudo das aberturas sem conhecer nada sobre o tema, se seguiu o esquema de estudo que propus.
Fonte: http://andregreff.blogspot.com
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